Geração X

Inspirando-me num capitulo deste livro, onde os personagens contam uma história verídica do seu passado, qual é a tua experiência de vida que melhor define a tua infância/adolescência? E não pode ser daquelas que se pagam (Andar na montanha russa ou ir á Disco), tem de ser Puramente Pura!

A minha é:

Eu, o Calmeirão e o Dudu (idades indefinidas) andávamos pelos arredores da Massamá-lixo á procura de estímulos, somente a passar o tempo, pelo prazer de estarmos juntos a descobrir a descoberta e porque éramos imortais, como toda a gente... T-shirts brancas, calças de ganga azuis coçadas e tênis do verão. Passamos por cima do Ervado existente na redondeza, porque sim. Ao chegarmos ao Núcleo Recreativo, eu e o D. resolvemos que era engraçado tirar um téni ao C. . Fizemo-lo com a espontaneidade dos putos. Simplesmente, porque sim. Eu agarrei-o, o D. tirou-lhe o dito cujo e fugiu. O C. não sabia como extravasar a sua indignação. Riu-se por momentos, como quem ri de uma travessura a outrém e correu atrás do seu tesouro. O D. devolveu-o quando achou que já tinha rido tudo. Continuamos. Vamos ao Shopping de Massamá, esse ícone da baixa renda suburbana. Fazer o quê? A Electricidade faltou. Havia um daqueles helicópteros dos putos, daqueles que sobem e descem, pequenos agora para nós, mas as reminiscências atraíram-nos e alguém disse que era giro eu tentar entrar. Só naquela, porque sim. Eu entrei, sabendo que era uma armadilha. Fiquei momentaneamente preso e eles (espertos que nem raposas, ui!!!) tiram-me o redley azul sem atacadores. O Esquerdo. Eu rio-me com o atrevimento e corro possesso atrás dos índios pelo Shopping. Passando pelo Segurança do Shopping ( Lucky Luke, o caubói do asfalto), nem me dignei a sorrir do gingar habitual dele, incrédulo que estava com o descaramento dos meus supostos amigos e lívido com a minha falta de tracção. Passando pela parabólica da gelataria, consegui reaver o téni do D., que me o atirou como quem atira uma granada a um perseguidor nazi, não aguentando mais o riso provocando pela minha curva demasiado larga devido á falta do slick. Tudo bem quando acaba bem. Sentámo-nos á espera da Luz. Alguém resolveu imitar uma corneta com o rabo. Rir mais. Sair agora. Faltava agora roubar o sapato do D. e ele estava á espera. Sabia que camaradagem é assim. Calha a todos. Deu luta, o bandido. Só que era dois contra um. Um e meio contra um, vá. Amuou ligeiramente, mas no fundo sentiu-se grato pelo não-esquecimento das Regras da Malta. Nem correu atrás do dito cujo. Ficou na entrada do Shopping Centre, ali, á espera que nós deixássemos de achar piada á meia branca de fora e aos olhares púdicos de pessoas que nunca foram jovens. Daquelas que nascem já com uma certa idade. E não demorou assim tanto, não tinha piada se não houvesse picardia. E fomos outra vez para o Ervado. Como quem precisa de confirmação que há coisas selvagens, se simplesmente As Deixarmos Ser...

Os desafiados a confidenciarem as suas histórias são estes, particularmente, e todos os que visitam este blog e queiram brincar ao Memory Lane:

+ Peq.
Mig.UE.l
Dudu
Tgv
PP
Butterflie
Pão com Chouriço
Papinha

Again, Ai da pessoa que não entre na brincadeira. É cá um tau-tau nesse rabinho...