Tu há um dia que cresces...

É estranhíssimo... Geralmente ao acordar, quando me olho ao espelho, seja de manhã, de tarde ou de noite, o Tagaxinho de 19 anos (Síndroma de Peter Pan, eu sei) está lá a dar-me os bons dias. Sempre. Mal disposto e enrezinado e a lamuriar tipo Muttley com dasses, mas é ele. Hoje não. Hoje ao olhar-me ao espelho vi a mesma pessoa, mas mais velha. Mais velha do que eu. Procurei rapidamente a razão, eram as rugas ou os cabelos brancos ou a falta de cabelo? Não. Eram os olhos. Agora, já não são azuis claros com auréolas amarelas. São azuis negros. Como abafadores quincados que já ninguém qué pá-troca. Baços. Foi só um olhar fugidio e como fiquei surpreso por não ver lá a pessoa de sempre, resolvi olhar melhor. Não olhei. Era pa olhar mas não olhei. Não queria ter a certeza. Queria que tudo fosse como sempre foi. E não queria pensar mais nisso.

Por isso é que eu digo que os cientistas estão todos errados quando dizem que o crescimento é progressivo e blá-blá-blá... Não é nada. Simplesmente, tu há um dia que cresces...